5 anos de SEDA e a minha historia nessa escola!

O texto abaixo é parte adaptada do Livro Na Europa com Marião (que se tudo caminhar na velocidade que está só será lançado em 2024, mas eu juro me empenhar mais e terminar de escrever logo)

.....

A SEDA apareceu na minha vida logo que eu decidi a minha ida pra Dublin, não escolhi escola, não pesquisei sobre escolas e nem negociei muito meu intercâmbio. Um dos meus melhores amigos estavam estudando lá e eu simplesmente peguei um contato da escola, mandei um e-mail pedindo um orçamento e depois de um tempo eu fechei o meu intercâmbio. De uma forma ou de outra era pra eu ter feito isso. O jeito que as coisas se conectam e o que eu sou hoje só seria possível se eu tivesse ido pra SEDA.

E aí eu cheguei lá no dia 08/11/11, primeiro dia de escola foi 09/11/11, a Laura (foto) vira pra mim e diz algo que poderia ser um “Morning, can I help you?” mas o que eu entendi foi “Is fada liom uaim an áit sin!”. Fiquei apavorado, e gastei todo meu inglês ali. Do nada apareceu o Fernando, e falou português foi como se a Irlanda inteira tivesse saído das minhas costas.

Depois disso foi fazer o exame de nivelamento com a Emma no dia 17/06/11, ir no banco e começar a tirar o visto. O meu primeiro dia de aula com a Margareth no dia 22/06/11 e foi legal, porque aprendi que Leprechaun não se fala “Leprexaum” e sim “Leprekaun” e também foi a primeira vez que eu tive que falar um inglês que eu não tinha pra poder me sair bem.

Isso foi mágico, caraca, eu tava numa aula com gente de alguns lugares do mundo e estava me comunicando (precariamente) com eles. 

Nisso as aulas foram indo, já era mês de Julho, eu já tinha trabalhado como Cleaner (lixeiro) na Oxegen e eu ainda estava na acomodação da escola, onde o Carlão que foi o cara que me vendeu o curso também morava, fomos ficando amigos e um belo dia eu falei que sabia mexer um pouco no Photoshop, ai ele me disse pra fazer uma arte de divulgação da escola. Pensei com meus botões: “É agora que eu arrumo um trampo na escola.”

Nessa hora eu olhava o Carlão como o cara mais foda de Dublin, o trabalho dele era ajudar as pessoas a fazerem intercâmbio, e ajudar a pessoa quando chegasse em Dublin, pensei. Cara.. eu quero ser isso aí!!

Coloquei todo o meu talento em criação naquela arte, e ele levou pro gerente dele (que hoje é o meu chefe) olhar, pronto eu já tinha aberto uma janela que eu poderia olhar pra dentro da escola.

O Tiago gostou da arte e pediu pro Carlos pra eu fazer mais 2, eu as fiz e na hora de mandar pro Tiago eu peguei o meu computador, coloquei embaixo do braço e fui mostrar pessoalmente. Afinal, ele tinha que saber que eu era, ele olhou o trabalho e pediu pra eu alterar algumas coisas na arte e pediu pra que eu mandasse pra ele. 

O quê???? Alterar e mandar??? JAMAIS PARCERO. 

Falei assim: Mudo agora pra vc, e vc ja ve se é assim que vc quer. Sentei numa mesinha onde ficava o refeitório onde era caminho pra ele passar caso saísse da sala dele. E mudei a arte ali, mostrei o resultado e mandei.

Ele agradeceu e eu me vi ali parado, olhando pra ele e pensando como eu faria pra minha “prestação de serviço” não acabar ali. Fui na sala do Carlão e fiquei ali, uma hora o Tiago entrou na sala e no meio da conversa dele com o Carlos eu esperei a brecha e uma hora que a bola veio pra mim eu soltei um “Carlão, acho que vc precisa de alguém pra te ajudar aqui não?”  Não houve resposta, o Tiago saiu da sala e o Carlão foi falar com o Tiago. No dia seguinte recebi uma ligação, era o Tiago me chamando pra conversar.

Não sei o que o Carlão falou, se foi a minha cara de pau ou se foi somente o trabalhinho do Photoshop que convenceu o Tiago, mas ele me falou em uma entrevista breve se eu já tinha experiência com venda e se eu queria ajudar a atender uns alunos do Carlos.

Eu, é claro, era o maior vendedor do Brasil, mesmo sem nunca ter conseguido vender nem uma rifa de páscoa do meu bairro, falei que sim e foi ali que consegui o meu emprego na escola.

Era mês de agosto, a minha renda viria de comissões, então eu tinha que aprender a vender um sonho, por e-mail e estando em um pais diferente do meu cliente. E toda vez que eu pensava que não iria conseguir eu lembrava do meu trabalho de lixeiro. Então depois de muitos e-mails, ligações e medo eu fechei o meu primeiro curso, foi a Andrea Cordeiro que solicitou a matricula no dia 26/08/11, pensei. QUE PRESENTE DE ANIVERSÁRIO. 

Na hora do almoço fui chamado na Sala da Carol (diretora de ensino) porque ela e o Tiago queriam falar comigo, fui lá com pensando no que poderia estar acontecendo e quando cheguei,  tinha um bolinho, uma coca cola e o Tiago, Carlos, Carol, Marta e Laura, cantaram parabéns pra mim e eu com cara de bobo agradecendo todo mundo.

Velho, eu trabalhava em uma empresa Irlandesa, tinha colegas de trabalho gringos, ganhei bolo e parabéns em Inglês! Pensa num cara feliz!

E aí na segunda feira seguinte eu recebi o meu primeiro cheque, além da comissão da minha primeira venda veio um salário de 200 euros.

CARACA!!! EU TINHA UM SALÁRIO FIXO??????? E um trampo!

Era isso que era um intercâmbio? Viver morrendo de medo de tudo dar errado, dar o meu melhor e ver dar certo? Então eu estava no lugar certo! Era ali que eu tinha que estar!

O Carlão alugou uma outra casa pra fazer acomodação e me chamou pra morar lá e ajudar a tomar conta da acomodação. As primeiras pessoas que chegaram na acomodação foram a Jessica, O Max e o Marcus, foi ali que eu senti a primeira vez a importância de fazer o que eu fazia. Então em 2 meses de Irlanda as pessoas já me perguntavam coisas e eu contava experiências minhas pra tornar as coisas mais fáceis pra eles.

Dai pra frente foi uma escadaria de aprendizado e sucesso, fui aprendendo demais com o Carlos, Tiago e até então não conhecia muita gente além dos funcionários que eu sempre via. 

Até que teve a reunião o Marketing Brasileiro da SEDA, peguei meu caderninho e fui lá. Conheci todo mundo, a temida Netania, o Hiran que era o cara das agências, a espanhola Gabriela, além das novas Andressa e Tarini.

Fiquei calado a reunião inteira, esperando a chance de falar algo sobre o que eu não sabia em uma reunião que eu não dominava o assunto. E então fiquei só olhando e não falei nada. Melhor não falar merda na primeira chance né. Mas ali aprendi, e foi assim no dia a dia na SEDA.

No começo eu dividia com o Carlão uma sala de 2m x 1m e uma mesa de 1,5m x 40 cm e sentava em uma cadeira com o encosto quebrado. Até que o Tiago disse que eu ia ter que descer pra Sala do Marketing do outro prédio, peguei meu computador, e desci. Tinha uma mesinha onde cabia o meu computador e só, num lugar qualquer da sala, no primeiro dia fiquei só olhando como cada um trabalhava, como conversavam e o que diziam.

E alí eu fui ficando, ganhei uma mesa e uma cadeira maior, fui aprendendo e desenvolvendo o meu trabalho e tentando acrescentar em algo. Afinal era dali que eu iria tirar o dinheiro pra pagar minha contas então aquela era a melhor empresa do mundo pra se trabalhar.

Depois de 1 ano morando na acomodação e trabalhando na escola eu voltei pro Brasil de férias, e quando eu estava voltando eu vi a importância que a escola tinha na minha vida. Além de ter me virado na Turquia com o inglês que eu tinha aprendido na SEDA eu cheguei e fui visitar algumas agencias e alguns alunos. Eu era o Mario representante internacional da SEDA Academy de Dublin! 

Eu era invencível parcero, eu era internacional agora, então pensei. Legal, agora eu tenho mais um ano em Dublin, to aprendendo inglês, amava o trabalho que eu fazia, então agora eu vou ser o melhor nisso que eu faço.

A minha vontade de melhorar se juntou com o incentivo que a SEDA dava pra todo mundo, a ajuda do pessoal que trabalha comigo então eu enfiei a cara no trabalho. Me mudei de casa, onde eu morava somente com uma senhora Irlandesa e que eu ficava a maior parte do tempo sozinho. Ali estudei, e foi onde eu comecei a desenvolver várias coisas, o blog começou a ter mais dicas e foi nessa época em meados de 2012 que eu tive a melhor ideia da minha vida.

Eu decidi parar de pensar como um vendedor de intercâmbio (o que não quer dizer que eu deixei de ser um) e pensei que expondo as minhas experiências as pessoas iriam ver que intercambio não é uma coisa difícil e é, de fato, uma coisa muito importante na vida de uma pessoa. Era a forma de ajudar as pessoas simplesmente por ajudar, pra que todo mundo tivesse a visão de que poderiam fazer isso por suas vidas.

Foi ali que o canal Marião na Europa nasceu, com os vídeos eu contava o que eu fazia em Dublin, dava dicas pra galera que estava planejando o intercâmbio pudessem ficar mais tranquilas em relação aos medos que envolvem a ideia de ir morar em um pais tão diferente. 

Nessa época gravei o meu primeiro vídeo em inglês, falando tudo errado e com sotacão mas já tinha confiança pra fazer isso e até que não ficou de todo ruim.

Eu cresci e a SEDA cresceu, não cabia mais naquele predinho que eu entrei em 2011 e em 2013 mudamos pro centro de Dublin, pra gigante que a SEDA é hoje.

Eu acompanhei e cooperei com esse crescimento, não só fazendo o meu trabalho, mas também montei muita mesa, carreguei máquina de fliperama, sofá e muita coisa pesada escada acima e meti mesmo a mão na massa pra ajudar a SEDA ser o que é hoje, afinal ela me transformou tanto, eu não poderia deixar de viver isso! 

Eu era a SEDA, respirava SEDA e lá na frente, quando eu sentar com meus netos pra contar coisas da minha vida, a SEDA já estaria presente nas minhas histórias. Inevitavelmente hoje eu sou a SEDA.

Até que chegou o mês de Janeiro de 2014. Onde a mais inesperada e improvável decisão foi tomada, eu iria voltar pro Brasil. O sonho tinha acabado e a pátria amada me esperava pra ver o que eu tinha aprendido nesses 3 anos fora. Era uma hora crítica pra mim, eu me senti um pouco perdido. Um pouco não, eu me senti bem perdido. Porque, mais uma vez na minha vida, eu não sabia o que me aguardava num futuro próximo. 

E ai o que essa mãe chamada SEDA fez?

Pegou suas fichas, jogou em mim e disse. Vai lá, continua fazendo o seu trabalho que estamos com você, me apoiou, acreditou em mim e hoje temos mais um escritório no Brasil pra atender os nossos alunos desde antes do embarque e pra pessoalmente ajudar nesse sonho das pessoas, pra que tudo não seja tão difícil como um dia foi pra mim e pra um monte de gente. 

Portanto, quando dizem pra mim que eu falo muito da SEDA aqui no Blog e nos meus vídeos a única coisa que me faz pensar é que, se eu sou quem e o que eu sou hoje é porque a SEDA entrou na minha vida naquele verão europeu de 2011. Sem ela eu sei lá o que eu seria ou se eu seria tão feliz. 

Obrigado por todas as oportunidades, lições, ensinamentos, amizades e confiança depositadas. 

Parabéns pra todo mundo que fez esse sonho tornar realidade e que de uma forma direta ou indireta contribuíram mais ou menos pra eu ser quem sou hoje.

Obrigado por todos os que participaram dessa transformação toda, agradeço especialmente ao Tiago Mascarenhas, Netania, Andressa, Tiago Santos, Paloso, Erika, Helicon, Sidnei, Gabi, Rubens, Mayara, Palmeira, Fabio, Camila, Dutra, Carlos Hiran, Felipe, Guilherme, Claudia, Tarini, Carlos Rua, Rodrigats, Fernando.

Obrigado SEDA e parabéns pelos seus 5 mudando a vida das pessoas.